Apertando botões e a cachaça de Brasília
Ontem, por conta de compromisso no Ministério de Ciência e Tecnologia, almocei na câmara dos deputados.
Lá 19 mil servidores auxiliam 513 políticos. O salário dessa turma de apoio varia entre R$ 10.000 e R$ 26.000.
Usei um elevador com um funcionário fixo cujo "ofício" é apertar o botão com o número do andar solicitado.
Nos principais órgãos de administração federal há 232 pessoas com essa função: receber um comando e apertar um botão.
O salário de ascensorista na câmara é de uns R$ 1.500 por 6 horas diárias. Existe também a figura do "supervisor de ascensorista", mas não descobri quanto ganha pela tarefa.
Alunos de iniciação científica recebem R$ 400; alunos de mestrado R$ 1.500 e alunos de doutorado recebem R$ 2.200. Da cabeça dessa gente sai grande parte da ciência brasileira.
Essas bolsas não tem reajuste desde 2013 e continuarão congeladas até 2019.
Como se não bastasse, 12 milhões de reais são retirados diariamente da ciência brasileira segundo o "tesourômetro", inaugurado no campus da Praia Vermelha da UFRJ.
Na saída do restaurante da câmara há fila preferencial para parlamentares e um enorme painel com anúncios de cachaça.
Há um estudo de 2012 que sugere que o álcool não prejudica a capacidade de controlar as ações, apenas faz com que se preocupe menos com suas consequências (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4254813/).
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