Topo

Histórico

Blog do Stevens Rehen

Afaste-se do celular o máximo que puder

Stevens Rehen

17/12/2017 10h34

Resolução "californiana" de Ano Novo: afaste-se do celular o máximo que puder

Na semana passada o Departamento de Saúde Pública da Califórnia (DSPCA) divulgou diretrizes para o uso de telefones celulares por adultos e crianças.

A preocupação com sua utilização prolongada e riscos para a saúde não é novidade, mas o recente documento do DSPCA joga o holofote num assunto que ninguém desse mundo – em que tecnologia e portabilidade nos transformam em outros humanos – gostaria de pensar a respeito.

O problema está na energia de radiofrequência, de categoria 2 e "possivelmente associada ao câncer" segundo a Organização Mundial de Saúde.

Nosso corpo absorve essa energia quando estamos grudados nos aparelhos e isso pode gerar dados à nossas células.

A ciência ainda não tem as respostas definitivas. Um estudo completo sobre os riscos dos telefones celulares (COSMOS, link abaixo) só ficará pronto daqui a 20 anos.

De todo modo, estudos preliminares indicam aumento na incidência de câncer, alterações de comportamento, memória, deficits de aprendizado e problemas nos gametas sexuais (espermatozoides).

Assim como prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, considere para 2018 a possibilidade do seu telefone celular deixar de ser aquela prótese indissociável de seu corpo.

Para reduzir os riscos:

1. Mantenha o telefone longe da cabeça e corpo, inclusive quando estiver transmitindo ou baixando arquivos. Poucos metros já fazem uma grande diferença.

2. Quando falar ao seu celular, prefira o viva-voz ou fones de ouvido (aqueles com Bluetooth já ajudam).

3. Leve o celular em uma mochila ou bolsa e não no bolso ou sutiã.

4. Sempre que possível mantenha seu celular no "modo avião".

5. Prefira baixar vídeos e músicas antes de ouvi-los.

6. Não durma com o celular na cama ou próximo dela. De preferência deixe-o em outro cômodo, ou ao menos em "modo avião" durante toda a noite.

7. Esqueça equipamentos que prometem "reduzir a energia da radiofrequência", pois o efeito é oposto.

Os riscos para crianças são infelizmente muitos maiores, por estarem em formação e pelo tempo de exposição que terão ao longo da vida.

O guideline da California vale uma reflexão interna e eventualmente a criação de diretrizes orientadas à população brasileira e seus 243 milhões de celulares ativos.

Bibliografia:

https://www.cdph.ca.gov/…/CDPH%20Do…/Cell-Phone-Guidance.pdf

http://www.iarc.fr/en/media-centre/pr/2011/pdfs/pr208_E.pdf

https://www.cdph.ca.gov/Programs/OPA/Pages/NR17-086.aspx

http://www.thecosmosproject.org/

Sobre o Autor

"Stevens Rehen é um neurocientista brasileiro, coordenador de pesquisa do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) e professor titular do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ. Também é Membro do Comitê Científico do Museu do Amanhã, Membro do Conselho Científico do Instituto Serrapilheira, Embaixador ASAPbio, Chair do Comitê Brasileiro da Pew Charitable Trust Latin American Program in the Biomedical Sciences, Coordenador científico da ArtBio, Membro da Academia de Ciências da América Latina e Membro Afiliado da Academia de Ciências do Mundo em Desenvolvimento (TWAS).Prêmio Saúde 10 anos na categoria Saúde Mental e Emocional, Revista Saúde e Editora Abril (2015), Prêmio Faz Diferença, Jornal O Globo (2011), As 100 pessoas mais influentes do Brasil em 2009 e novamente em 2011 (Revista Época). Os 8 brasileiros que estão moldando positivamente o futuro do país (Revista Fora de Série), Jornal Brasil Econômico, 2009. Contato para palestras, eventos e institucionais: srehen@uol.com.br"

Sobre o Blog

O cotidiano de um cientista no Brasil.