Genética de salão, do cafezinho e dos Neandertais
Comecei a beber café após os 40, quando ganhei de meu pai uma máquina "de expresso".
Gosto da sensação que o café provoca em mim, mas no máximo uma xícara por dia e até a hora do almoço. Do meio da tarde em diante, sei que terei dificuldades pra dormir à noite.
Fiz o sequenciamento de meu genoma e descobri que essa minha sensibilidade exagerada está associada à variação que carrego no gene CYP1A2.
CYP1A2 nos ajuda a degradar toxinas. É também a enzima responsável pelo metabolismo dos 100 mg de cafeína que consumo por dia.
Herdei ainda 263 genes de Neandertais. Um desses variantes reduz minha chance de espirrar após comer chocolate amargo…
E com a ajuda de 2 alunos do laboratório, criamos uma "música" baseada na sequência de meu gene da serotonina.
A bagunça sonora foi publicada na revista Trip e pode ser ouvida com o QR code da edição de maio de 2018.
São curiosidades pessoais retiradas de um portfólio de informações que alguns chamam de "genética de salão".
Informações bem mais relevantes também podem ser retiradas dessa imensa sopa de letrinhas.
Para saber mais, recomendo o ótimo artigo de Marcelo Leite na Folha de 10 de março: "Conhecer o próprio genoma envolve surpresas e decepções".
Deveríamos nos distrair menos com tweets nonsense sobre golden shower ou surubão de Noronha, prestando atenção no impacto cada vez maior da ciência em nossas vidas, seja para antecipar o risco de algumas doenças ou para explicar porque muitos não têm pêlo nas costas.
Imagem: https://www.artbiobrasil.org/dna-art
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