Reflexões sobre o início de 2019 do ponto de vista de um cientista
Terminado o Carnaval, Feliz (?) Ano Novo…
O ano começou dolorido, e o que mais dói é saber que tragédias vividas poderiam ter sido evitadas, se houvesse mais credibilidade nos fatos, nas estatísticas e na ciência.
Tanto a escassez de recursos quanto o excesso de burocracia ou a dificuldade de importação de insumos são impeditivos ao progresso da ciência brasileira, entretanto, aliado a esses desafios tangíveis, vivemos um outro tão grande quanto.
Há um movimento anti-intelectualista que desvaloriza a formação acadêmica e impede que tomadas de decisão sejam baseadas em fatos, em estatísticas, em ciência.
O descaso com o meio ambiente associado a um modelo predatório de desenvolvimento do caso Brumadinho é o exemplo mais recente.
Nos tem faltado base científica para debater as principais questões do país e do planeta.
Aquecimento global, guerra às drogas, posse/porte de armas, políticas de saúde definidas por ideologia não deveriam ser conduzidos assim.
Enquanto meio mundo avança em tecnologia e medicina da cannabis, com consequente geração de empregos e redução de violência, por motivações não científicas, estamos perdendo oportunidades de pesquisa e empreendedorismo.
Por tudo isso, o maior desafio da ciência brasileira talvez seja se popularizar mais.
Como Alain de Botton gosta de dizer "popularizar a informação relevante é essencial, senão a sociedade continuará a responder somente ao trivial, porque o trivial é sempre muito popular".
Ciência é informação relevante que precisa ganhar o público, senão não haverá apoio social ou da classe política para equacionar nem o básico para fazer pesquisa: dinheiro e agilidade.
Imagem: reconstrução de minicérebro humano (Livia Goto, Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino, dados inéditos)
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